terça-feira, 21 de outubro de 2008

Refletindo a partir do planejamento

Planejamento

Planejar nos permite pensar sobre a nossa prática, no entanto o ato de planejar é essencial na vida de um (a) professor (a). Ao preparar o planejamento percebo o quanto ele é importante, pois, ao estruturar minhas aulas, tento organizar as atividades de forma seqüencial, visando assim atingir os objetivos traçados. Assim como diz Leal: “o planejamento é um ato político-pedagógico porque revela intenções e a intencionalidade, expõe o que se deseja realizar e o que se pretende atingir”.
Sinto a necessidade de rever o planejamento e planejar novamente a cada dia que se passa, pois, nem sempre dar certo o que é pensado, muitas das vezes acredito que por conta dos alunos serem pouco interessados e por apresentarem uma grande resistência a disciplina que trabalho – Matemática – procuro que está todo tempo tentando convencer-los da importância da mesma nas nossas vidas, a cada conteúdo trabalhado tenho que está relacionando com alguma situação do cotidiano deles para só assim eles perceberem sua importância, mas, nem sempre é o suficiente, chego a me angustiar sem saber mais como fazer.
Na calada da noite penso e repenso sobre o que não deu certo do planejamento, até que por sorte uma idéia surge e pensando que vai me ajudar logo mudo o meu planejamento e isso muita das vezes acontece somente na cabeça visto que o pouco tempo que tenho não dar para colocar no papel.
O filme o jarro que retrata a realidade de uma escola da pequena comunidade do Irã, comunidade, esta muito sofrida, nos mostra a dificuldade que o professor passa muita das vezes quando a comunidade não colabora e que para fazer o seu trabalho o professor tenta relacionar as suas aulas as necessidades dos alunos, tento até que ser flexível e mudar o planejamento. Quando ele solicita que os alunos tragam ovos para emendar o jarro e eles falam que não tem, então o professor logo muda sua estratégia falando que é para fazer um trabalho e logo os ovos aparecem. Por se tratar de uma região muito difícil no deserto do Irã os alunos iam para escola a fim de saciarem sua sede também e com isso podemos perceber que o professor tentava contextualizar seu planejamento com a vivencia dos alunos.
Não conto às vezes que chego à sala de aula e que também tenho que mudar o planejamento no imediato, pois, nem sempre é possível realizar-lo, seja por surgirem outras necessidades, seja por conta dos alunos apresentarem dificuldades e não ter como dar seqüência, por exemplo: penso em ensinar equação e os alunos não sabem divisão logo tenho que mudar meu planejamento. Podemos perceber como afirma Leal: “o professor necessita planejar, refletir sobre sua ação, pensar sobre o que faz, antes, durante e depois”. Porém por outro lado não conto às vezes que por insegurança em levar o novo para as aulas, em mudar, acabei me limitando ao livro didático, acredito que além de termos um conhecimento sobre a área que atuamos também precisamos de uma formação continuada para poder adquirir segurança e sermos capazes de ensinar nossos alunos com competência.


Referência

LEAL, Regina Barros. Planejamento de ensino: Peculiaridades Significativas. Revista Iberoamericana de Educación (ISSN: 1681-5653). Universidade de Fortaleza, Brasil.

LEI SIM, RÍGIDA NÃO, OU A MÃO DO SENADOR

Do direito à educação e o dever de
educar

È dever de o Estado oferecer uma educação escolar pública, garantindo o ensino fundamental, obrigatório e gratuito, inclusive para os que a ele não tiveram acesso na idade própria (Art.4º). Sendo assim é de competência do estado e do Município fazer um breve levantamento de todas as crianças, assim também como dos jovens e adultos que não tiveram a oportunidade de estudar, garantindo – lhes a permanência na escola, com condições dignas, em que possam se apropriar de conhecimentos significativos.
E com isso um grande desafio vem sendo enfrentado tanto pelos governos quanto pela sociedade civil, que é transformar em realidade os direitos garantidos pela LDB. Um exemplo desse esforço são os inúmeros projetos pedagógicos, como o TOPA - que tem como objetivo promover uma educação de qualidade para a população de jovens e adultos, garantindo-lhes as oportunidades necessárias à apropriação da leitura e da escrita e criando as condições objetivas para sua inclusão social, política, econômica e cultural, o ENCCEJA - tendo como principal objetivo avaliar as habilidades e competências básicas de jovens e adultos que não tiveram oportunidade de acesso à escolaridade regular na idade apropriada. Dessa forma, o participante se submete a uma prova e, alcançando a média mínima exigida, obtém a certificação de conclusão daquela etapa educacional, a EJA – que tem como objetivo desenvolver o ensino fundamental e médio com qualidade, para as pessoas que não possuem idade escolar e oportunidade. Se pararmos para analisar, podemos perceber que muito desses projetos não estão levando em conta a escolaridade anterior que o aluno tem e as situações em que são oferecidas essas oportunidades, não estão sendo adequadas deixando a desejar em termos de qualidade, pois, o que a lei quer é garantir o acesso a todos e como isso acaba negando um direito fundamental, assim como PICONEZ afirma:

A educação de jovens e adultos pode contribuir com a ampliação do exercício pleno da cidadania. Como cidadãos, membros de um Estado e cumpridores de suas obrigações, aos sujeitos com escolarização incompleta é negado um dos direitos fundamentais: direito ao processo de escolarização (PICONEZ, 2002, p. 97)

A cada dia que se passa, a sociedade se torna cada vez mais complexa, exigindo um maior numero de conhecimento e habilidades e não podemos negar que para proporcionar isso a educação teve seus avanços significativos, como a extensão progressiva da obrigatoriedade e da gratuidade ao ensino médio (Art. 4º, II).
Outro ponto que podemos analisar é que todos têm o direito à educação escolar pública, porém o dever não se restringe somente ao Estado, cabe aos pais e/ou responsáveis o dever de matriculá-los em uma escola e está atento as necessidades afetivas e cognitivas dos pequenos, nunca deixando que o professor e a escola cuide de tudo, pois sozinho não vamos conseguir proporcionar aos nossos alunos condições para uma formação cidadão.

Referências

PICONEZ, Stela C. Bertholo. Educação de Jovens e Adultos. Campinas, SP: Papirus, 2002.

DEMO, Pedro. A nova LDB Ranços e Avanços. Campinas, SP: Papirus,1997.

O Sistema de ensino no Brasil

Clébia Lúcia de Figueiredo e
Joana Ferreira Andrade Matias
Um pouco da história e da estruturação do sistema de ensino no Brasil

Até no final do Império a política educacional era feita quase que exclusivamente no âmbito da sociedade civil, pela Igreja Católica e durante o período colonial (1500-1822), a educação assegurava o domínio dos portugueses sobre os índios e os negros escravos. Já no final do período colonial e durante o Império (1822-1889), delineia-se uma estrutura de classes, e a educação, além de reproduzir a ideologia, passa a reproduzir também a estrutura de classes. A partir da Primeira República (1889-1930), ela passa a ser aos poucos valorizada como instrumento de reprodução das relações de produção.
Somente com as mudanças de uma sociedade onde um pequeno grupo predominava na direção dos negócios para uma sociedade urbano-industrial, foi que deu inicio ao Sistema educacional do Brasil, pois foi a partir do período de 1929 com a quebra da Bolsa de Nova York que afetou o mundo inteiro, desencadeando no Brasil, a crise do café, que, contraditoriamente potencializou o crescimento do mercado interno, provocando a queda das exportações. E com isto o país começou o processo de industrialização e comercialização dos produtos (madeira, aço, ouro, etc.), nessa perspectiva a educação ganhou mais atenção do Estado dando um grande ponta pé para a estruturação na educação, pois havia a necessidade de avanços no processo organizacional,não ficando a educação só para as elites, mas, para as demais famílias. Fazia-se necessário a instrução a todas as pessoas que estavam envolvidas (trabalhando) na colonização, nas terras brasileiras.
Em 1930 com a Revolução de 30 assegurou á educação brasileira um sistema articulado. Os órgãos federais e estaduais da administração da educação ampliaram a participação do Estado no desenvolvimento da educação nacional, desenvolveram instrumentos para articular os sistemas estaduais e relacionar com os sistemas nacionais, foi criado o Ministério da Educação e criou-se o Sistema Nacional de educação, até então inexistente.
O atual sistema educacional de ensino é resultado de modificações importantes, introduzidas em 1971, 1988 e 1996. Na década de 80, caberia ao Estado subsidiar a educação dos mais pobres, por meio de bolsas, em escolas particulares ou empréstimos aos estudantes. Sendo que para estes fins, existiam instituições internacionais que defendiam essa política neoliberal, como o Banco Nacional, que emprestava, mais estabelecia suas regras.
Durante o processo de estruturação do sistema de ensino houve a promulgação da constituição Federal de 1988 onde o sistema educacional brasileiro passou por um processo de modificação, chegando à aprovação da atual Lei de Diretrizes e Bases da educação Brasileira (Lei n° 9.394/96) que alterou a organização de sistema escolar. Com a LDB a educação escolar reduz-se em dois níveis: educação básica (composta por educação infantil, ensino fundamental e médio), e a educação superior. Tendo o ensino fundamental o objetivo a formação básica do cidadão.
Podemos conclui que para chegar ao sistema educacional existente hoje, ocorreram várias discussões e mudanças em torno do mesmo e que a cada dia que se passa e com uma velocidade cada vez maior, as instituições e praticas sociais também vem mudando, transformando. E o que nos resta então fazer enquanto profissionais e responsáveis pela construção do novo homem?

Referencias

BRASIL. Ministério da educação. Breve evolução do Sistema de Ensino. Disponível em www.oie.es/quipi/brasil/historia. Acesso em 16/10/08 às 22:40h.
LIBÂNEO, José Carlos; OLIVEIRA, João Ferreira; TOSCHI, Mirza Seabra. Educação Escolar: políticas, estruturas e organização. São Paulo: Cortez, 2003.